sábado, 13 de novembro de 2010

A LENDA DA BRUXA

O Jovem Rei Arthur foi surpreendido pelo monarca de um reino vizinho quando entrava furtivamente num bosque.
O Rei poderia tê-lo mandado matar, pois tal era o castigo para quem violasse as leis da propriedade, contudo comoveu-se perante a juventude e a simpatia de Arthur e ofereceu-lhe a liberdade, desde que no prazo de um ano trouxesse a resposta a uma pergunta difícil.
A pergunta era: O que é que realmente as mulheres querem?
Semelhante pergunta deixaria perplexo até o homem mais sábio, e ao jovem Arthur pareceu-lhe impossível obter a resposta.
Contudo aquilo era melhor do que a morte, de modo que regressou a seu reino e começou a interrogar as pessoas.
A princesa, a rainha, as prostitutas, os monges, os sábios, o bobo da corte, em suma, a todos e ninguém soube dar uma resposta convincente.
Porém todos o aconselharam a consultar a velha bruxa, porque somente ela saberia a resposta. O preço seria alto, já que a velha bruxa era famosa em todo o reino pelo exorbitante preço cobrado pelos seus serviços.
Já perto do último dia do ano acordado, Arthur não teve mais remédio e resolveu recorrer à feiticeira. Ela aceitou dar-lhe uma resposta, com uma condição: Ela queria casar-se com Gawain, o cavaleiro mais nobre da Távola Redonda e o mais íntimo amigo do Rei Arthur!
Jovem Arthur olhou horrorizado: ela era feíssima, tinha um só dente, desprendia um fedor que causava náuseas até a um cachorro, fazia ruídos obscenos, nunca havia topado com uma criatura tão repugnante.
Acovardou-se diante da perspectiva de pedir a um amigo de toda a sua vida para assumir essa carga terrível.
Não obstante, ao inteirar-se do pacto proposto, Gawain afirmou que não era um sacrifício excessivo em troca da vida de seu melhor amigo e a preservação da Távola Redonda.
Anunciadas as bodas, a velha bruxa, com sua sabedoria infernal, finalmente disse o que realmente as mulheres querem: serem soberanas de suas próprias vidas!
Todos souberam no mesmo instante que a feiticeira havia dito uma grande verdade e que o jovem Rei Arthur estaria salvo.
Assim que ouviu a resposta, o monarca vizinho devolveu-lhe a liberdade.
Porém, que bodas tristes foram aquelas, ... toda a corte assistiu e ninguém se sentiu mais dividido entre o alívio e a angústia, que o próprio Arthur. Gawain mostrou-se cortês, gentil e respeitoso. A velha bruxa usou dos seus piores hábitos, comeu sem usar talheres, emitiu ruídos e um mau cheiro espantoso. Chegou a noite de núpcias. Quando Gawain, já estava preparado para ir para cama e aguardava sua esposa, ela apareceu como a mais linda e charmosa mulher que um homem poderia imaginar! ...
Gawain ficou estupefato e perguntou-lhe o que havia acontecido.
A jovem respondeu-lhe com um sorriso doce, que como havia sido cortês com ela, a metade do tempo apresentar-se-ia com aspecto horrível e na outra metade com aspecto de uma linda donzela.
Então ela perguntou-lhe qual ele preferiria para o dia e qual para a noite?
Que pergunta cruel,... Gawain apressou-se a fazer cálculos...
Poderia ter uma jovem adorável durante o dia para exibir aos seus amigos e à noite na privacidade de seu quarto uma bruxa repugnante ou quem sabe ter de dia uma bruxa e uma jovem linda nos momentos íntimos de sua vida conjugal.
Que é que você teria preferido? O que teria escolhido?
Nobre Gawain respondeu que a deixaria escolher por si mesma.
Ao ouvir a resposta ela anunciou que seria uma linda jovem de dia e de noite, porque ele a havia respeitado e permitido ser dona de sua vida.
Moral da história:
Não importa se a mulher é bonita ou feia, no fundo é sempre uma bruxa....

Colaboração de THEODORUS

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